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Você já ouviu falar em síndrome metabólica?
Nos últimos anos, as pessoas passaram a ter uma maior facilidade para comprar e consumir os alimentos e, associado a isso, diminuíram o nível de atividades físicas praticadas no trabalho, na vida diária, nas horas de lazer e de descanso. Esses fatos deixaram a população, de modo geral, com maiores chances para desenvolverem doenças como a hipertensão, o diabetes, a obesidade, o aumento do colesterol e dos triglicerídeos.
A Síndrome Metabólica se manifesta quando as pessoas têm, ao mesmo tempo, essas (ou algumas dessas) doenças, citadas anteriormente. Além dos problemas acarretados por cada uma das patologias, a combinação entre elas e com a obesidade, leva a pessoa ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
As pesquisas têm mostrado que a Síndrome Metabólica atinge pessoas de todas as classes sociais e de todas as idades, apesar de ocorrer mais em mulheres do que em homens. Como causa principal dessa síndrome, os especialistas apontam as grandes modificações nos hábitos de vida na sociedade, ocorridas nas últimas décadas.
O tratamento da Síndrome Metabólica é um tanto complexo, pois envolve o cuidado de cada uma das doenças que a pessoa possui, porém, realizado de maneira combinada, porque todas as doenças estão presentes numa mesma pessoa. Assim, a primeira providência que deve ser adotada é a modificação do estilo de vida, com o objetivo de combater o sedentarismo, reeducar o comportamento alimentar e melhorar a qualidade de vida em todos os seus aspectos (diminuindo o estresse, dormindo melhor, se divertindo e convivendo mais com os amigos e familiares, etc.).
Muitas vezes, somente a modificação do modo de viver não é suficiente para resolver a Síndrome Metabólica. Nestes casos será preciso que a pessoa faça tratamento com a medicação específica para cada uma das doenças e acompanhamento médico especializado constante.
A prática regular de exercícios físicos, tais como caminhadas ao ar livre ou em esteira ergométrica, musculação, natação, hidroginástica, aulas de ritmos ou algum tipo de ginástica, possui um importante papel no combate desta síndrome. Esses exercícios, quando realizados de 3 a 5 vezes por semana, em sessões de 50 minutos a 1 hora, ajudam na redução do risco cardiovascular, na redução da pressão arterial, na redução da glicemia de jejum, no aumento da massa muscular e na redução da gordura corporal.
Portanto, fica o alerta: A Síndrome Metabólica é uma combinação perigosa!
- Se você se alimenta de forma desequilibrada, ingerindo mais alimento do que precisa para seu corpo funcionar adequadamente...
- Se você passa muito tempo sentado, sem se movimentar e não tem o hábito de praticar exercícios físicos...
- Se você tem familiares com algum grau de obesidade e com aumento do colesterol, da glicose e da pressão arterial...
Fique atento! Combata esta doença chamada de Síndrome Metabólica, praticando regularmente exercícios físicos que irão contribuir para que você tenha um estilo de vida mais saudável e, consequente, uma melhor qualidade de vida.
Lombalgias e Exercício Físico
“Hoje acordei travado”
“Fui pegar esta caixa e acabei travando a coluna”
“Acho que embolei os nervos das costas”
Quantas vezes você já proferiu alguma destas frases acima? São alguns termos culturalmente estabelecidos quando sofremos algum tipo de dor na região dorsal do nosso corpo. Por se tratarem de problemas agudos, ou mesmo crônicos mas com picos agudos, geralmente relacionamos a algum momento específico, como realizar determinado movimento, ou ao acordarmos.
Nossa coluna vertebral é dividida em quatro partes: uma região cervical (próxima à cabeça), uma região torácica (liga às costelas especialmente), uma região lombar e uma região sacral, estas duas últimas são a base da coluna. É na região lombar que acontecem a maior parte dos problemas relacionados à dor e incapacidade, pois é esta região que sustenta boa parte de nosso peso. Até por isso, a obesidade é um dos fatores que desencadeiam as lombalgias (dores na região lombar). Atualmente, lombalgias são uma das causas que mais acometem a população mundial e lotam consultórios médicos e centros clínicos.
Entre as soluções medicamentosas mais utilizadas no tratamento das lombalgias estão as infiltrações de corticoides, anti-inflamatórios e relaxantes musculares. Porém, o Colégio Médico Americano, a maior associação médica dos Estados Unidos, apresentou novas diretrizes para o tratamento destas dores, a partir de análises de trabalhos científicos sobre diversas terapias. Estas diretrizes foram publicadas no periódico Annals of Internal Medicine, e surpreendem por colocar as soluções medicamentosas em segundo plano, seja para dores agudas ou crônicas.
Assim, entre as opções mais indicadas do que remédios são citadas terapias com calor, massagem, acupuntura, exercícios físicos, terapia cognitivo-comportamental, tai chi, yoga, pilates e terapias psicológicas. Segundo um dos médicos da associação, não se deve prescrever medicamentos desnecessários e prejudiciais ao indivíduo, é preciso que as pessoas entendam que dores agudas e subagudas na coluna lombar melhoram com o tempo, independentemente do tratamento, e estas terapias alternativas a remédios aceleram este processo de recuperação.
Segundo o estudo do colégio americano, as recomendações dependem do momento da lombalgia. Nos casos de dores agudas e subagudas (até 12 semanas de duração) o paciente melhora naturalmente, mas pode facilitar o processo com terapias como calor, massagem e manipulação espinhal, e se for o caso de medicamentos, os anti-inflamatórios não esteroides e relaxantes musculares. Para casos de dores crônicas (acima de 12 semanas de duração) procurar terapias como exercícios físicos, reabilitação multidisciplinar, acupuntura, yoga, tai chi, manipulação espinhal.
Então lembrem-se, dores nas costas não são indicativo imediato de medicação ou cirurgia, muitas terapias alternativas têm se mostrado ainda mais eficazes neste tratamento. E, considerando que a obesidade é um dos principais fatores de risco para este acometimento, o exercício físico e dieta adequada são extremamente indicados, para além de seus próprios efeitos diretos nas dores lombares.
Levante-se e mexa-se, mas com orientação e instrução adequada sempre!!!
Prof. Msc Eduardo Tanuri Pascotini
Docente do Curso de Educação Física da FAMES
CREFITTO – 197.475-F
CREF – 019973-G/RS
Prática esportiva e hidratação
A prática monitorada de exercícios físicos é fundamental para que a saúde dos indivíduos não seja prejudicada. Cuidados com a nutrição e a hidratação do praticante podem fazer que o exercício possa ser usufruído sem prejuízos durante o seu desempenho.
Quando fazemos exercícios, parte da energia que está disponível no nosso corpo é utilizada para produzir o movimento. Outra parte da energia é convertida em calor, que aumenta nossa temperatura corporal e exige providências para manter o funcionamento ideal das funções orgânicas. A termorregulação através da evaporação do suor é a principal forma de estabilizar a temperatura corporal. No entanto, grandes quantidades de suor fazem com que tenhamos perdas de água e minerais (principalmente o sódio) que são essenciais para o praticante. A falta de reposição de líquidos pode resultar na desidratação, que apresenta consequências que vão desde sintomas simples como a fadiga até a morte.
A hidratação deve ocorrer previamente, durante e após a prática dos exercícios físicos. A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte sugere consumo de 250ml até 500ml de água 2h antes do início da atividade. Durante o exercício, a ingestão varia de acordo com: a taxa de suor que o praticante apresenta, a duração e a intensidade do exercício (que implicam na quantidade de sudorese do praticante), além de fatores ambientais. Com isso, as estimativas variam de 500ml até 2000ml por hora. Como a ingestão excessiva de líquidos pode causar desconforto gástrico, o ideal é que a bebida apresente boa palatabilidade (gosto agradável) para que o praticante beba (a cada 20min) o maior volume possível de líquidos. A ingestão de bebidas após a prática é fundamental e pode atingir até 1500ml de acordo com a necessidade, segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte. Uma estimativa da quantidade de líquido a ser ingerido é medir o peso corporal do praticante antes e após a atividade, objetivando beber quantidades suficientes para evitar perdas superiores a 2% do peso registrado antes do exercício.
A hidratação pode ser feita através do consumo de água ou de bebidas esportivas para repor os líquidos e o sódio perdidos. O tipo de exercício realizado determina a escolha da bebida durante a realização da atividade. Para duração inferior a 1h, a hidratação pode ser realizada com o simples consumo de água. Para atividades longas (mais de 1h), a reposição hídrica com bebidas esportivas favorece mais o desempenho do praticante, visto que contém sódio na sua composição. Em eventos com mais de 3h de duração, é recomendável que a bebida contenha sódio e ainda carboidratos para fornecer energia adicional ao esportista. O consumo apenas de água em exercícios duradouros (como maratonas) pode resultar na baixa concentração de sódio (hiponatremia), que é importante no favorecimento da retenção hídrica pelo organismo.
Sendo assim, a hidratação é fundamental na manutenção do estado estável para a prática de exercícios. Os cuidados principais devem estar em ingerir quantidades suficientes de bebida para prevenir e para repor a perda de líquidos pelo suor. Quanto maior for o desgaste imposto pela atividade, maior o volume necessário de líquidos a ser ingerido e maior a necessidade de consumir bebidas que forneçam sódio e carboidratos para regulação e fornecimento de energia para o organismo.
Prof. Mestre Mateus Corrêa Silveira
Faculdade Metodista de Santa Maria
Bacharelado em Educação Física
Estresse, atenção plena e qualidade de vida
Na correria do dia a dia, é comum ouvirmos ou dizermos que estamos com pressa, que mal conseguimos nos alimentar, dormir e dar conta dos afazeres cotidianos. É comum ouvirmos e falarmos em estresse, cansaço, falta de sono e de qualidade de vida.
Segundo notícia publicada no Jornal A Tribuna, em 2015, o brasileiro é o segundo povo mais estressado do mundo conforme dados da International Stress Management Association (Isma – Brasil), perdendo apenas para o Japão. Dados da pesquisa mostraram que 70% dos brasileiros sofrem com estresse, cujas causas foram atribuídas ao trabalho, a problemas financeiros, à violência e a relacionamentos interpessoais. O estresse pode trazer sintomas como dores musculares, dor de cabeça, problemas de sono, problemas emocionais, aumento da ansiedade e pode levar o sujeito a ingerir álcool e usar outras drogas. Em um nível extremo, pode levar à exaustão mental e física, manifestando-se na Síndrome de Burnout (lê-se /bãrnáut/), que acomete 30% dos brasileiros, conforme dados da pesquisa mencionada.
Na contramão da correria, cada vez mais pessoas têm buscado formas de minimizar os malefícios do estresse a partir de métodos como a prática de exercícios físicos, comprovada, há tempos, pela Ciência, como redutora dos níveis de estresse, e da prática de atenção plena, técnica de meditação que exerce influência positiva sobre o bem-estar, a saúde e a felicidade, com apontam Williams e Penman (2015). Atenção plena “consiste em observar sem criticar e em ser compassivo consigo mesmo” (ibid., p. 13) e, comprovadamente, apresenta os seguintes benefícios: diminui a ansiedade, a depressão e a irritabilidade; melhora a memória e o vigor físico e mental; reduz índices do estresse crônico; reduz impacto de dores crônicas e fortalece o sistema imunológico (ibid.).
Para ilustrar, trazemos os passos da técnica da meditação de um minuto, de Williams e Penman (2015, p. 19), que foca na respiração e propõe que a atenção plena seja experienciada. Para que se alcancem os resultados mencionados acima, é necessário haver continuidade da técnica, tal como se faz com o exercício físico e a alimentação saudável. Cabe ressaltar, ainda, que a meditação não implica nenhum envolvimento religioso, mas simplesmente um método de treinar a mente. Além disso, a atenção plena não requer posições específicas ou quaisquer outros recursos a não ser a contemplação no momento presente, a experiência atual por meio dos sentidos, seja experienciando a textura da roupa que se veste, as sensações de frio ou calor ou o gosto de um alimento a ser degustado pelo olfato e pelo paladar.
Meditação de um minuto
1. Sente-se ereto em uma cadeira com encosto reto. Se possível, afaste um pouco as costas do encosto da cadeira para que sua coluna vertebral se sustente sozinha.
Seus pés podem repousar no chão. Feche os olhos ou abaixe o olhar.
2. Concentre a atenção em sua respiração enquanto o ar flui para dentro e para fora de seu corpo. Perceba as diferentes sensações geradas por cada inspiração e expiração. Observe a respiração sem esperar que algo de especial aconteça. Não há necessidade de alterar o ritmo natural.
3. Após alguns instantes, talvez sua mente comece a divagar. Ao se dar conta disso, traga sua atenção de volta à respiração, suavemente. O ato de perceber que sua mente se dispersou e trazê-la de volta sem criticar a si mesmo é central para a prática da meditação da atenção plena.
4. Sua mente poderá ficar tranquila como um lago – ou não. Ainda que você obtenha uma sensação de absoluta paz, poderá ser apenas fugaz. Caso se sinta irritado ou entediado, perceba que essa sensação também deve ser fugaz. Seja lá o que aconteça, permita que seja como é.
5. Após um minuto, abra os olhos devagar e observe o aposento novamente.
No contexto contemporâneo de imediatismo, desempenho e busca por reconhecimento, de conflitos políticos e sociais, perdemos muito o estilo de vida saudável para o estresse. Contudo, podemos resgatá-lo, por exemplo, por meio da prática de atenção plena, como uma ferramenta sem contraindicação na manutenção do bem-estar pessoal e da qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Nathália. Brasileiro é o 2º mais estressado do mundo. A Tribuna, Vitória, ES, 30 abr. 2015. Disponível em: <http://www.ismabrasil.com.br/img/estresse52.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2017.
WILLIAMS, Mark; PENMAN, Danny. Atenção plena: como encontrar a paz em um mundo frenético. Tradução de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
Há campo de colheita farta para a Administração nos Agro(negócios)
O Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA/RS) publicou na Revista Master, edição 151, um número com a temática: “Agronegócio: um bom campo para a Administração”. Veiculam nos meios de comunicação, em especial nas mídias secundária e terciária, uma série de reportagens que potencializam o setor agropecuário brasileiro. As reportagens acenam que o setor é o único que cresce no país em recessão. Porém, não é de hoje que os agro(negócios) potencializam o setor primário no Brasil. Desde a metade do século XX, o país concentra esforços no sentido de maximizar a cadeia produtiva, incrementando tecnologia, estimulando pesquisas para aumentar produtividade e produção, além de estimular a liberação crédito para os agricultores. Os resultados, sejam eles positivos ou não, questionáveis ou não, refletem o atual cenário do setor agropecuário no país.
Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), apontam que o crescimento do PIB no segmento agropecuário no país esteve atrelado ao avanço e desempenho do setor primário no ramo agrícola, para o qual o resultado acumulado foi de 6,06% em maio de 2017. Os dados do Censo Agropecuário em 2006, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 74,4% do pessoal ocupado estão vinculados a agricultura familiar, enquanto, 25,6% à agricultura patronal em termos de mão de obra ocupada na área.
O investimento do Estado, da pesquisa agropecuária, dos programas de extensão rural no país, o avanço dos complexos agroindustriais no campo, e uma série de incentivos a exportação dos complexos carnes, soja, sucroalcooleiro, fumo, produtos florestais, de demais commodities, giram e aquecem a economia primária no Brasil. O desafio dos agro(negócios), projetando um cenário futuro, na verdade, não estará mais focado em economia de escala (aumento de produção e produtividade) ou incrementos de tecnologia no campo, pois já estão em emergência no Brasil contemporâneo, mas na capacidade de gestão das unidades de produção dentro e fora da porteira.
O grande desafio dos agricultores, atualmente, não é mais se adaptar as mudanças nas formas de produção, mas possuir domínio técnico das máquinas e equipamentos totalmente automatizados e computadorizados presentes no meio rural, gerir e interpretar os resultados dos softwares complexos de determinação de áreas plantadas, e também o grande gargalo: calcular os custos de produção das propriedades. Este cenário, ainda, está atrelado em boa parte dos casos para a agricultura patronal, em que os recursos estão mais disponíveis pelo fato de concentrarem esforços na economia de escala. Por outro lado, há um empenho da indústria, compreendendo as oportunidades de mercado, em que estão adaptando as tecnologias para a pequena propriedade, com um custo mais acessível ou de outra forma apoiadas no crédito liberado ao agricultor familiar para o investimento em infraestrutura e maquinários agrícolas.
Em 2017, na Expointer, uma das mais importantes feiras dos agro(negócios) e de maquinários da América Latina, apresentou grandes inovações para o campo. No entanto, podem-se suscitar algumas questões, como: todos os agricultores terão acesso a essas inovações? Todos os agricultores querem essas inovações? Todos os agricultores têm condições financeiras e capacidade de resposta para adquirir essas inovações? Provavelmente não. Essa é a parte menos "pop" dos agro(negócios). Então, há oportunidades para profissionais com trabalho em associações, ONGs, e também nas cooperativas agropecuárias que envolvem aproximadamente 2.000 cooperativas, 1,2 milhões de sócios, 165.000 empregos diretos e exportam 6,1 bilhões de dólares, segundo dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Os documentos internacionais apontam que o cooperativismo tem potencial de constituir-se como uma das estratégias de desenvolvimento, ou seja, uma das saídas para inserir os agricultores familiares de volta ao mercado.
No mundo, uma das principais preocupações são os debates em torno da alimentação em uma sociedade urbanizada. A segurança hídrica, energética e alimentar tem preocupado as principais entidades mundiais como é o caso da Organização das Nações Unidas (ONU). O brasileiro José Graziano da Silva, Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um dos latino-americanos mais influentes do mundo, sugere que um dos principais problemas é minimizar a fome no mundo, e contribuir para a segurança alimentar e para o desenvolvimento sustentável.
No Rio Grande do Sul, os dados apontam um cenário vindouro para os agro(negócios). Segundo dados da Fundação de Economia e Estatística do estado do Rio Grande do Sul (FEE DADOS), em 2015, o município de Uruguaiana produziu 751.684 toneladas de arroz, sendo considerado o maior produtor de arroz no estado do Rio Grande do Sul e lidera a produção de arroz em nível nacional. No mesmo ano, Tupanciretã produziu 475.928 toneladas de soja, o município de Vacaria produziu 7.200 toneladas de feijão e o município de Canguçu produziu 24.200 toneladas de tabaco, todos liderando a quantidade produzida em toneladas, sendo considerados os maiores produtores no estado do Rio Grande do Sul.
O cenário para o trabalho no setor agropecuário é positivo. Há um campo emergente para se pensar as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no campo. Colheitadeiras com alto grau de precisão, tratores cada vez mais modernos, máquinas de colheita de café, tabaco e algodão com crescentes graus de tecnologia incorporados. Na tese de doutorado (REDIN, 2015) um dos resultados mais surpreendentes encontrados é que na agricultura familiar de Arroio do Tigre estamos, após os anos 2000, vivenciando um novo projeto de modernização da agricultura. Há questões que indicam progressos e também problemas sociais decorrente desse fenômeno no meio rural.
A revista científica, Extensão Rural, editada pelo Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), abriu uma seção específica para trabalhos sobre administração e economia rural, preocupada com os avanços nas pesquisas na área para auxiliar agentes de desenvolvimento e agricultores, em especial, sobre a gestão e os cálculos de viabilidade econômica nas unidades agrícolas.
Há também oportunidades para consultorias em gestão de pessoas no meio rural com o avanço das questões trabalhistas e um campo de trabalho com a sucessão das propriedades. Há um problema social que está na contramão que é o esvaziamento do campo. O trabalho de conclusão de curso de Administração defendido na Faculdade Metodista de Santa Maria apontou que 71% dos jovens entrevistados desejam migrar do meio rural do município de Jari, RS (BROLLO, 2017). Há uma questão para a gestão pública e seus agentes de desenvolvimento para um trabalho com as comunidades rurais. Há um grande campo de oportunidades nos agro(negócios) para profissionais competentes. Nem tudo no Agro é pop, mas há um lado pop para explorar no campo dos agro(negócios) no Brasil. Portanto, é consenso entre os expertises que o campo dos agro(negócios) carece de uma grande profissionalização da gestão. É uma área que precisa de profissionais no presente e no futuro. Uma área de plantio e colheitas fartas.
Referências
BROLLO, E. E. Entre o campo e a cidade: um estudo sobre a juventude rural de Jari – RS. (Trabalho de Conclusão). Curso de Administração, Faculdade Metodista de Santa Maria, Santa Maria, 2017.
CEPEA. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA. PIB do agronegócio Brasil. São Paulo: CEPEA/ESALQ, mai. 2017. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/Relatorio%20PIBAGRO%20Brasil_MAIO.pdf>. Acesso em 18 set. 2017.
FAO. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA. Diretor-geral da FAO está entre os latino-americanos mais influentes do mundo. Disponível em: http://www.fao.org/brasil/noticias/detail-events/pt/c/470240/. Acesso em: 18 set. 2017.
FEE. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Agricultura – culturas temporárias – arroz. Porto Alegre: FEE DADOS, 2015. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/feedados/>. Acesso em: 18 set. 2017.
FEE. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Agricultura – culturas temporárias – soja. Porto Alegre: FEE DADOS, 2015. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/feedados/>. Acesso em: 14 abr. 2017.
FEE. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Agricultura – culturas temporárias – feijão. Porto Alegre: FEE DADOS, 2015. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/feedados/>. Acesso em: 16 abr. 2017.
FEE. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA. Agricultura – culturas temporárias – fumo. Porto Alegre: FEE DADOS, 2015. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/feedados/>. Acesso em: 16 jun. 2017.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo agropecuário 2006. Rio de Janeiro, p.1-267, 2006. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/50/agro_2006_agricultura_familiar.pdf>. Acesso em 18 set. 2017.
OCB. ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO BRASIL. Dados sobre cooperativismo no Brasil. Disponível em: < http://www.ocb.org.br/>. Acesso em 18 set. 2017.
REDIN, E. Família rural e produção de tabaco: estratégias de reprodução social em Arroio do Tigre/RS. 305 f. (Tese de Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Extensão Rural, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2015.
REVISTA MASTER. Agronegócio: um bom campo para a Administração. Porto Alegre: Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul, ed. 151, mai./jun. 2017.
Gestão Financeira e eficácia empresarial
Certa vez, um senhor que trabalhava em uma indústria veio a perder seu emprego. Considerou o contexto, as indenizações que teria direito a receber pela demissão sem justa causa e, com o mesmo sonho de muitos brasileiros, resolver ser um empreendedor.
Essa não é uma história incomum, como já citei realmente é sonho de muitos tornar-se ‘dono do próprio nariz’, ‘não dever obrigação a ninguém’, mas será que todos estamos preparados para isso?
Sabe-se que ocorre abertura de muitas empresas diariamente, estatísticas lançadas pelas Juntas Comerciais de todo país comprovam isso, todavia outras pesquisas indicam que o ciclo dessas empresas abertas é um tanto pequeno. Em pesquisa do SEBRAE , pode ser visto que a taxa de sobrevivência das empresa em dois anos, considerando a amostragem, é de 76,6 %. Assim questiono, o que ocorre com esses outros mais de 1/3 das empresas?
Dentre os fatores apresentados para que isso ocorra, pode ser citado a qualidade da gestão do negócio e a capacitação dos donos em gestão empresarial. Assim, a qualidade da gestão passa por diversas áreas, mas um fundamento muito importante para tal é a utilização da informação contábil como forma base para a tomada de decisão adequada, a fim do alcance da eficácia empresarial.
A contabilidade, como toda a ciência, passou por várias mudanças, e nessas variações apresenta-se a Contabilidade Gerencial que, pode-se dizer, é uma evolução da ciência Contábil quando assume as tendências de se adaptar a novos cenários e tendências empresariais. Iudícibus e Marion (2000, p.282) afirmam que “o ambiente das empresas de competitividade global é internacional e está colocando, para os contadores e para a contabilidade, desafios e, ao mesmo tempo, oportunidade de desenvolvimento, que podem marcar uma nova fase na evolução da contabilidade”.
Assim, os processos de gestão que ocorrem dentro das organizações ficam muito bem fundamentados e darão condições a áreas específicas ou as mais críticas de estarem aptas a realizar opções para crescimento da empresa a partir do uso das informações que esse ramo da contabilidade é preparado para fazer.
Uma dessas áreas é a Financeira. Uma gestão financeira bem organizada em uma instituição, dá condições da administração tomar decisões audaciosas, todavia, com plena segurança. Um bom gestor financeiro tem conhecimento profundo sobre a análise das informações contábeis prestadas à administração. Ele tem condições, de posse dessas informações, de apresentar possibilidades para a tomada de decisão adequada frente as variáveis ambientes, que hoje em dia, em especial, são muitas.
Assim, podemos entender que não basta só o ímpeto para abrir um negócio, não é condição única possuir valores ou condições financeiras, necessita-se aliar uma boa gestão com conhecimento organizacional em conjunto com uma contabilidade que dê suporte às decisões que cada vez se tornam mais urgente.
Quanto aquele senhor que abria seu negócio, a atividade teve início no ramo de venda de fast-food, cachorro-quente, pois gostava de cozinhar, mas acabou vendendo pastel, por ser um produto bem aceito pelos seus clientes, para ter fluxo de caixa e saúde financeira, o que só descobriu que não estava adequado pelas informações contábeis que recebeu e por seu filho ter conhecimento sobre gestão financeira e assim influenciar positivamente nas tomadas de decisões do pai, novo empresário.
Referências
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Sobrevivência das empresas no Brasil. Marco Aurélio Bedê (Coord.). Brasília: Sebrae, 2016. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-no-brasil-102016.pdf>. Acesso em: 02 out 2018.
IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.