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Lombalgias e Exercício Físico

por Raissa Melo Ferreira publicado 07/06/2017 16h26, última modificação 26/06/2017 17h55
Eduardo Tanuri Pascotini


lombalgias“Hoje acordei travado”
“Fui pegar esta caixa e acabei travando a coluna”
“Acho que embolei os nervos das costas”

Quantas vezes você já proferiu alguma destas frases acima? São alguns termos culturalmente estabelecidos quando sofremos algum tipo de dor na região dorsal do nosso corpo. Por se tratarem de problemas agudos, ou mesmo crônicos mas com picos agudos, geralmente relacionamos a algum momento específico, como realizar determinado movimento, ou ao acordarmos.

Nossa coluna vertebral é dividida em quatro partes: uma região cervical (próxima à cabeça), uma região torácica (liga às costelas especialmente), uma região lombar e uma região sacral, estas duas últimas são a base da coluna. É na região lombar que acontecem a maior parte dos problemas relacionados à dor e incapacidade, pois é esta região que sustenta boa parte de nosso peso. Até por isso, a obesidade é um dos fatores que desencadeiam as lombalgias (dores na região lombar). Atualmente, lombalgias são uma das causas que mais acometem a população mundial e lotam consultórios médicos e centros clínicos.

Entre as soluções medicamentosas mais utilizadas no tratamento das lombalgias estão as infiltrações de corticoides, anti-inflamatórios e relaxantes musculares. Porém, o Colégio Médico Americano, a maior associação médica dos Estados Unidos, apresentou novas diretrizes para o tratamento destas dores, a partir de análises de trabalhos científicos sobre diversas terapias. Estas diretrizes foram publicadas no periódico Annals of Internal Medicine, e surpreendem por colocar as soluções medicamentosas em segundo plano, seja para dores agudas ou crônicas.

Assim, entre as opções mais indicadas do que remédios são citadas terapias com calor, massagem, acupuntura, exercícios físicos, terapia cognitivo-comportamental, tai chi, yoga, pilates e terapias psicológicas. Segundo um dos médicos da associação, não se deve prescrever medicamentos desnecessários e prejudiciais ao indivíduo, é preciso que as pessoas entendam que dores agudas e subagudas na coluna lombar melhoram com o tempo, independentemente do tratamento, e estas terapias alternativas a remédios aceleram este processo de recuperação.

Segundo o estudo do colégio americano, as recomendações dependem do momento da lombalgia. Nos casos de dores agudas e subagudas (até 12 semanas de duração) o paciente melhora naturalmente, mas pode facilitar o processo com terapias como calor, massagem e manipulação espinhal, e se for o caso de medicamentos, os anti-inflamatórios não esteroides e relaxantes musculares. Para casos de dores crônicas (acima de 12 semanas de duração) procurar terapias como exercícios físicos, reabilitação multidisciplinar, acupuntura, yoga, tai chi, manipulação espinhal.

Então lembrem-se, dores nas costas não são indicativo imediato de medicação ou cirurgia, muitas terapias alternativas têm se mostrado ainda mais eficazes neste tratamento. E, considerando que a obesidade é um dos principais fatores de risco para este acometimento, o exercício físico e dieta adequada são extremamente indicados, para além de seus próprios efeitos diretos nas dores lombares.

Levante-se e mexa-se, mas com orientação e instrução adequada sempre!!!

Prof. Msc Eduardo Tanuri Pascotini
Docente do Curso de Educação Física da FAMES
CREFITTO – 197.475-F
CREF – 019973-G/RS