Gestão Financeira e eficácia empresarial
Certa vez, um senhor que trabalhava em uma indústria veio a perder seu emprego. Considerou o contexto, as indenizações que teria direito a receber pela demissão sem justa causa e, com o mesmo sonho de muitos brasileiros, resolver ser um empreendedor.
Essa não é uma história incomum, como já citei realmente é sonho de muitos tornar-se ‘dono do próprio nariz’, ‘não dever obrigação a ninguém’, mas será que todos estamos preparados para isso?
Sabe-se que ocorre abertura de muitas empresas diariamente, estatísticas lançadas pelas Juntas Comerciais de todo país comprovam isso, todavia outras pesquisas indicam que o ciclo dessas empresas abertas é um tanto pequeno. Em pesquisa do SEBRAE , pode ser visto que a taxa de sobrevivência das empresa em dois anos, considerando a amostragem, é de 76,6 %. Assim questiono, o que ocorre com esses outros mais de 1/3 das empresas?
Dentre os fatores apresentados para que isso ocorra, pode ser citado a qualidade da gestão do negócio e a capacitação dos donos em gestão empresarial. Assim, a qualidade da gestão passa por diversas áreas, mas um fundamento muito importante para tal é a utilização da informação contábil como forma base para a tomada de decisão adequada, a fim do alcance da eficácia empresarial.
A contabilidade, como toda a ciência, passou por várias mudanças, e nessas variações apresenta-se a Contabilidade Gerencial que, pode-se dizer, é uma evolução da ciência Contábil quando assume as tendências de se adaptar a novos cenários e tendências empresariais. Iudícibus e Marion (2000, p.282) afirmam que “o ambiente das empresas de competitividade global é internacional e está colocando, para os contadores e para a contabilidade, desafios e, ao mesmo tempo, oportunidade de desenvolvimento, que podem marcar uma nova fase na evolução da contabilidade”.
Assim, os processos de gestão que ocorrem dentro das organizações ficam muito bem fundamentados e darão condições a áreas específicas ou as mais críticas de estarem aptas a realizar opções para crescimento da empresa a partir do uso das informações que esse ramo da contabilidade é preparado para fazer.
Uma dessas áreas é a Financeira. Uma gestão financeira bem organizada em uma instituição, dá condições da administração tomar decisões audaciosas, todavia, com plena segurança. Um bom gestor financeiro tem conhecimento profundo sobre a análise das informações contábeis prestadas à administração. Ele tem condições, de posse dessas informações, de apresentar possibilidades para a tomada de decisão adequada frente as variáveis ambientes, que hoje em dia, em especial, são muitas.
Assim, podemos entender que não basta só o ímpeto para abrir um negócio, não é condição única possuir valores ou condições financeiras, necessita-se aliar uma boa gestão com conhecimento organizacional em conjunto com uma contabilidade que dê suporte às decisões que cada vez se tornam mais urgente.
Quanto aquele senhor que abria seu negócio, a atividade teve início no ramo de venda de fast-food, cachorro-quente, pois gostava de cozinhar, mas acabou vendendo pastel, por ser um produto bem aceito pelos seus clientes, para ter fluxo de caixa e saúde financeira, o que só descobriu que não estava adequado pelas informações contábeis que recebeu e por seu filho ter conhecimento sobre gestão financeira e assim influenciar positivamente nas tomadas de decisões do pai, novo empresário.
Referências
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Sobrevivência das empresas no Brasil. Marco Aurélio Bedê (Coord.). Brasília: Sebrae, 2016. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-no-brasil-102016.pdf>. Acesso em: 02 out 2018.
IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.