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FAMES sedia Jornada Estadual contra a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes

por Faculdade Metodista de Santa Maria — publicado 15/06/2009 12h02, última modificação 18/05/2016 16h36
Cátedra de Direitos Humanos da instituição foi parceira do evento que abordou o tema “Sensibilização: um novo olhar e uma nova consciência”

15/06/2009 12h02 - última modificação 18/05/2016 16h36

FAMES sedia Jornada Estadual contra a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes
Representantes do poder público, do judiciário e de movimentos ligados ao cuidado com a criança e o adolescente se reuniram na Faculdade Metodista de Santa Maria para debater a sensibilização sobre o tema da violência e exploração sexual contra menores. A VII Jornada Estadual, realizada no dia 08 de junho, se propôs a debater e ampliar o assunto junto a um público de mais de 400 pessoas que lotou o auditório da instituição.

Na solenidade de abertura, foi dado destaque a disponibilidade da FAMES para receber atividades e eventos que possibilitem a ampliação do conhecimento e a discussão democrática sobre temas atuais. "Esta instituição tem uma tradição de eventos extracurriculares", observou o Vice-presidente da OAB do RS, Jorge Fernando Estevão Maciel. "A FAMES é uma parceira incansável", ressaltou ainda o Promotor de Justiça, Antonio Augusto Ramos de Moraes.

Durante a exposição sobre o tema alguns dados foram revelados, como a ocorrência de seis casos por dia de abusos contra a criança somente no Rio Grande do Sul. "Hoje não está acontecendo mais, está aparecendo mais. Estamos rompendo com uma certa autorização social que havia sobre o tema", destacou o Deputado Estadual, Fabiano Pereira, que coordenou os trabalhos da noite.

A pedofilia na internet foi abordada pelo advogado e professor Ricardo Breier, que disse haver uma rede de crime organizado que atua livremente na internet, gerando um lucro de 20 bilhões de dólares. "O que impulsiona isso é a impunidade, pois trata-se de um crime de natureza silenciosa. Estima-se que mais de 200 mil crianças estejam nas mãos de redes organizadas no mundo e atualmente não há no código penal um crime que tipifique a pedofilia".

Segundo Breier, a pedofilia acontece nas diferentes camadas sociais e é preciso ficar atento(a) em relação ao uso da internet pelas crianças. Ele indica, por exemplo, que o computador fique em um ambiente comum da casa e que os pais conheçam os amigos virtuais dos(as) filhos(as). "É preciso estabelecer regras razoáveis para crianças e adolescentes em relação a internet. É nessa encruzilhada que a educação, a cultura e a tolerância devem estar presentes", aconselha.

Uma apresentação da realidade local foi feita pela Procuradora de Justiça e Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude do MP, Maria Ignez Franco Santos. Conforme ela, 70% dos casos de pedofilia ocorrem no ambiente familiar e 80% dos(as) abusadores(as) não apresentam antecedentes criminais.

Os(As) professores(as) se constituem em grandes identificadores de abusos conforme a procuradora, mas as demais pessoas próximas as crianças também podem identificar se algo está errado. "É importante ficar atento(a) aos sinais emitidos pelas crianças como o temperamento, o choro e a esquiva", observou. Das discussões do encontro será gerado um relatório para subsidiar os encaminhamentos sobre o tema.

Jornalista responsável e fotos: Ana Paula Nogueira