Curricularização da Extensão e reestruturação curricular tem foco na autonomia e identidade acadêmica das instituições de ensino metodistas
15/03/2021 09h44
A reestruturação acadêmica dos currículos dos cursos de graduação das instituições de ensino superior da Educação Metodista foi foco da primeira reunião ampliada solicitada pela Coordenação Nacional de Educação da entidade. Estabelecida como uma das prioridades de ação, a reestruturação contará com a curricularização sustentada na Extensão e apoiada pelos programas de Stricto Sensu das unidades.
“Vamos continuar trabalhando em uma perspectiva sustentável, mas agora buscando vislumbrar um novo horizonte de projetos, transformação, inovação, criatividade e de colaboração”, disse a professora Dra. Adriana Barroso de Azevedo, coordenadora da pasta e que conduziu a reunião, que contou com o envolvimento dos reitores, coordenadores de Extensão e graduação e os coordenadores de PPGs de todas as instituições de ensino superior da Educação Metodista.
“Acreditamos que a forte presença do Stricto Sensu nesse projeto de pensar e articular ações com a graduação, a partir principalmente da curricularização da Extensão, se torna um grande diferencial que poderemos passar a oferecer enquanto instituições metodistas”, completou professora Adriana.
De acordo com a docente, o desafio é de “reformular os currículos pensando em como eles podem ser inovadores no próprio trato com a comunidade, a partir das possibilidades que a graduação pode oferecer, amparados pela pós-graduação que será um grande ganho para o trabalho e para todos os envolvidos”.
Autonomia, identidade e trabalho de curricularização
Conforme exposto na reunião, as instituições renovam sua autonomia acadêmica e iniciam um processo de colaboração e interdependência positiva, cooperativa. O objetivo do trabalho de curricularização da extensão e reformulação das matrizes curriculares e projetos pedagógicos de cursos para 2021 é o crescimento e aprimoramento qualitativo de cada instituição, numa visão de criatividade e inovação, fundamentada na necessidade de vivenciar missão, visão, estrutura e significados próprios, preservando e fortalecendo o que é essência de cada instituição.
Não se pretende partir de modelos acadêmicos únicos, de uma padronização, mas se buscará definir expectativas de elaboração de modelos diferenciados em função da área de conhecimento e do tipo de formação considerado em cada curso de graduação. “Todas as instituições e todos os cursos não precisam fazer do mesmo jeito, muito pelo contrário. Os cursos de graduação podem chegar a modelos diferenciados de trabalho, construção de conhecimento em sua área específica”, ressaltou a coordenadora.
Assim, os grupos de trabalho partirão de princípios:
Farão trocas de ideias sobre questões das práticas pedagógicas em sala de aula, no interior dos cursos e mesmo intercursos. Deverão tratar das contradições curriculares e das novas possibilidades, considerando as DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) de cada curso. Buscarão melhor compreensão do ensino e da avaliação, entre as determinações e ações curriculares com as práticas de ensino na realização dos projetos pedagógicos.
“Nas novas concepções, as ações de ensino tendem a descentrar-se do professor e a se desenvolverem em sistemas de co-construção do conhecimento envolvendo as relações de parceria professor-aluno e entre alunos”, explicou.
A professora acrescentou que “os grupos também começam refletindo a partir do existente, de práticas já consolidadas que estão no contexto dos cursos sobre toda a identidade institucional que a Educação Metodista tem e vai, nesse movimento, do existente, para o possível, redefinindo caminhos viáveis de mudança financeiramente suportáveis, o que se pode acrescentar na matriz que avancem em termos de práticas acadêmicas e aprimoramento da formação profissional em cada curso que se oferece”.
Nessa perspectiva, em cada área e em cada tipo de formação profissional, busca-se a adoção de novos padrões de relação teoria-prática, tratamento de conhecimento e saberes, sem perder de vista o “saber fazer” que é definido em função da natureza da profissão para a qual o estudante se forma. Assim, as instituições de ensino metodistas devem cada vez mais buscar tornarem-se bem sucedidas pela definição de um diferencial de qualidade da formação que propicia como sua referência acadêmica, a partir da consideração do que é qualidade definida em cada um dos seus cursos e em cada percurso de formação profissional que é desenvolvido em cada instituição.
Novo currículo
Na nova construção curricular, caberá inclusive a análise e revisão de disciplinas para verificação de suas importâncias e real aplicação, podendo ocasionar a extinção de algumas e o acréscimo ou criação de outras. “Olhar para a profissão e olhar para o currículo hoje significa o que a gente precisa de fato trabalhar e o que está na hora de deixar para trás porque já não soma, não agrega mais. Então, é ver dentro desse contexto o significado dessas disciplinas e a importância delas na atualidade, nesse século, nesse mundo, nessa realidade que estamos, porque currículo é vivo e ele tem que atender a esse momento, como formar nesse mundo”, esclareceu Adriana.
“Os currículos dos cursos de ensino superior precisam ser reformulados tendo a participação de nosso corpo docente e coordenadores, considerando suas experiências e vivências e levando em consideração não apenas as necessidades regionais dos discentes, mas uma flexibilidade de entradas, ser atrativo aos alunos, estar conectado com as demandas do mercado profissional, atendendo às competências exigidas nas DCNs e fazendo o uso das tecnologias e sobretudo estar organizado de forma unificada nos pilares da Educação Metodista que permita similaridades entre as instituições de ensino”, enfatizou.