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Aula Magna do curso Direito destacou os desafios da advocacia

por Faculdade Metodista de Santa Maria — publicado 17/10/2007 13h53, última modificação 18/05/2016 16h36
Acadêmicos(as) tiveram contato com as mudanças que se apresentam na profissão de advogado

17/10/2007 13h53 - última modificação 18/05/2016 16h36

A Aula Magna do curso de Direito da Faculdade Metodista de Santa Maria (FAMES), que aconteceu nesta quinta-feira, 15 de março, apresentou aos (as) estudantes a realidade em que estão inseridos os advogados hoje, destacando as mazelas, mas também a beleza do exercício da advocacia. Em sua exposição, Bráulio Dinarte da Silva Pinto, que atua há 23 anos como advogado e professor, disse que uma das características da advocacia na atualidade é que parte significativa dos advogados não são mais profissionais autônomos, e sim empregados.

Um dos motivos para esse novo cenário na advocacia é o número de profissionais atuando na área, que, no Brasil, chega a 517mil. Já no Rio Grande do Sul são 45 mil advogados atuantes, sendo que 23 mil estão concentrados em Porto Alegre. Outro dado que acirra a competição é o de que a cada três anos, entre nove e dez mil advogados entram no mercado somente aqui no Estado, mesmo com a prova da OAB. “Esses números fazem com que o mercado se torne cada vez mais competitivo”, salientou o palestrante.

Essa mudança na forma de atuar dos advogados ocorre, segundo Bráulio Pinto, pela busca de um emprego fixo e seguro, o que não é possível sendo um profissional autônomo. “O advogado liberal não tem férias e não sabe quanto vai receber no final do mês. Esta insegurança acaba afastando as pessoas da advocacia liberal”, destacou. Mas, mesmo os advogados contratados por escritórios passam por dificuldades e, a maior delas, é a baixa remuneração: “raros são os advogados empregados que são valorizados”.

A busca por estabilidade no emprego ocorre ainda, conforme o professor, através de concursos públicos, uma tendência entre os estudantes de Direito. “É difícil encontrar em sala de aula algum aluno que queira ser advogado. O advogado não tem status, ao contrário de juízes e promotores”.

Contudo, apesar do aparente cenário desolador que retratou, Bráulio Pinto exaltou sua paixão pela advocacia. “Eu sou advogado e me orgulho muito da minha profissão. Nunca quis ser juiz ou promotor. Temos que romper com o estereótipo de que advogado não é confiável”. Para isso, ele enfatizou que é necessário profissionais honestos, responsáveis e sérios.

Aos aspirantes a advogado que assistiram atentos a explanação, o professor deixou a mensagem de que a advocacia vale a pena. “Eu não tenho dúvidas de que não saberia ser outra coisa a não ser advogado. Pois, ser instrumento do anseio das pessoas e ser a voz de quem não tem mais voz faz do advogado aquela profissão que eu não me canso de recomendar”.

No encerramento, a coordenadora do curso de Direito da FAMES, Fernanda Figueira Tonetto, agradeceu a valiosa exposição do palestrante e a contribuição dada aos acadêmicos da FAMES. “Aqui na instituição temos potenciais advogados, mas, a partir de hoje, temos mais potenciais advogados ainda”. Após as falas da mesa, a palestra foi aberta para intervenções do público.